Criptomoedas modificam relações comerciais
As criptomoedas, inicialmente desacreditadas do grande público, têm mostrado que quando se fala em inovação e tecnologia na economia, não há para onde fugir. O que era dúvida tem modificado as formas de pagamento por todo o mundo, trazendo alterações estruturais significativas para grandes corporações e mesmo nações.
Elas nasceram como forma de driblar a desconfiança em moedas e governos, já que não são controladas por eles. Como investimento, as criptomoedas têm seu preço definido pela demanda, geralmente, sendo que o desempenho se mostra vantajoso ao longo do tempo. Elas são aliadas quando se fala em diversificação de carteira, demandando atenção e conhecimento dos usuários que buscam ganhos significativos.
Leia mais sobre diversificação de carteira com criptomoedas.
Os criptoativos têm ganhado a carteira dos investidores institucionais, que perceberam ganhos 2,8% superiores ao investir em ETFs lastreadas em criptomoedas de 2018 a 2020. Apesar de os gestores de investimentos ainda encontrarem dificuldades no que diz respeito aos parâmetros de risco e ao tamanho dos fundos, eles têm aportando uma parcela do capital em novas classes de ativos.
Em uma sociedade dinâmica, as relações digitais agilizam as comercializações e conferem mais segurança às partes, tendo em vista que todas as movimentações são registradas, criando um percurso dos recursos de fácil acesso, caso seja necessária alguma verificação.
Aceitação de criptoativos no mercado
Empresas renomadas já começaram a aceitar criptoativos como forma de pagamento - ou, pelo menos, já se inclinaram para isso. É o caso das gigantes Tesla e Amazon, por exemplo. Pouco a pouco, as criptomoedas se mostram como realmente são: instrumentos para manter relações comerciais, e não meros ativos de especulação.
Nos Estados Unidos, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) decidiu aprovar os primeiros ETFs ligados ao bitcoin do país. Agora, os papéis já podem ser negociados na bolsa de valores de Nova York. Com certeza, o posicionamento da maior potência econômica mundial será referência para outras nações, contribuindo para a institucionalização dos criptoativos.
Na Alemanha, bancos de poupança começaram a investir em criptomoedas. Com mais de 1 trilhão de euros e 50 milhões de clientes, o segmento tradicional e conservador começa a abrir os olhos para o novo mercado. As negociações se tornaram interessantes devido ao cenário de alta inflação e tarifas elevadas aos investidores. Sendo assim, foi preciso buscar uma maneira de proteger o patrimônio e elevar os ganhos.
Entenda como são realizadas as finanças descentralizadas.
Na contramão do restante do mundo, neste ano, a China decidiu pela proibição das criptomoedas no País. A medida veio como reflexo do medo do governo chinês em relação ao uso das moedas como facilitador de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Entretanto, a maior justificativa estaria ligada à ameaça que as criptos são em relação ao yuan digital. Por enquanto, apenas possuir as moedas não configura crime.
A proibição para cidadãos e empresas se estende à possibilidade de minerar e negociar ou mesmo utilizar corretoras estrangeiras, sendo que usuários que infringirem a regra estarão sujeitos à investigação.
Antes de anunciar essa decisão, o governo chinês já havia se posicionado contra o setor, proibindo a mineração de criptos por alegar impactos no consumo de energia do País. Vale lembrar que, na época, a China era responsável por 47% da capacidade computacional mundial dedicada à mineração. Ou seja: com a alteração, houve escassez de bitcoins por algumas semanas no globo todo.
Embora tenha nascido como algo distante e complexo, as criptomoedas já estão no dia a dia de muitas pessoas e começam a ser percebidas por empresas e governos como opções viáveis e necessárias para o mercado. Com a facilitação do acesso - seja por aumento da rede ou ampliação de conhecimento - as relações comerciais passam a contar com meios de pagamentos não tradicionais. Quem percebe ferramentas disruptivas antes de todos, acaba colhendo os frutos mais cedo.